Graça e paz queridos irmãos!
Estarei compartilhando com os irmãos, um breve, porém, significativo estudo, sobre uma das questões (das varias existentes) envolvendo o tão “emblemático” Livro das Revelações, ou, Apocalipse. “Emblemático” por ser este, dentre todos os 66 livros que formam o cânon protestante, o que mais tem levantado questionamentos acerca da interpretação bíblica, e que, consequentemente, sucedido os mais variados debates acerca das “escolas teológicas” e seus métodos de “decifrar” as revelações contidas no Apocalipse, que acaba sendo juntamente com Daniel, os livros a conter a base pra formação escatológica de todo aquele que professa a fé em Cristo, e consequentemente, é movido pela esperança (1 Pe 3:15) de um dia “tabernacular” com nosso Senhor em toda a sua glória (Ap 21:3). Mas que fique bem claro que não tenho como objetivo aqui, expor alguma linha de interpretação teológica, embora que, com as mais diversas terminologias e neologismos envolvendo os estudos das Escrituras, este estudo em especifico se identificará em alguma dessas vertentes, mas tenho a total convicção de que somente o Espirito Santo é quem pode conceber a nós, a revelação das maravilhas contidas nos textos bíblicos, e aqui não será diferente (Jo 16:8,13).
O estudo que quero compartilhar com os irmãos, é acerca das 2 testemunhas reveladas em Apocalipse no capitulo 11. Vamos ao texto:
Apocalipse 11:1-13
Foi-me dada uma cana semelhante a uma vara; e foi-me dito: Levanta-te, mede o santuário de Deus, e o altar, e os que nele adoram.
Mas deixa o átrio que está fora do santuário, e não o meças; porque foi dado aos gentios; e eles pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses.
E concederei às minhas duas testemunhas que, vestidas de saco, profetizem por mil duzentos e sessenta dias. stas são as duas oliveiras e os dois candeeiros que estão diante do Senhor da terra.
E, se alguém lhes quiser fazer mal, das suas bocas sairá fogo e devorará os seus inimigos; pois se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto.
Elas têm poder para fechar o céu, para que não chova durante os dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e para ferir a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem.
E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que sobe do abismo lhes fará guerra e as vencerá e matará.
E jazerão os seus corpos na praça da grande cidade, que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado.
Homens de vários povos, e tribos e línguas, e nações verão os seus corpos por três dias e meio, e não permitirão que sejam sepultados.
E os que habitam sobre a terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão; e mandarão presentes uns aos outros, porquanto estes dois profetas atormentaram os que habitam sobre a terra.
E depois daqueles três dias e meio o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles, e puseram-se sobre seus pés, e caiu grande temor sobre os que os viram.
E ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi para cá. E subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram.
E naquela hora houve um grande terremoto, e caiu a décima parte da cidade, e no terremoto foram mortos sete mil homens; e os demais ficaram atemorizados, e deram glória ao Deus do céu.
Quem são as 2 testemunhas relatadas a partir do verso 3?
Para identificá-las, é necessário recorrer a outros textos que apresentam as mesmas características dos aqui citados no capitulo 11, e, embora não seja este o ponto em questão, se faz necessário uma breve colocação ao momento em que estas 2 (duas) testemunhas, entrarão em cena.
Ao analisar o texto, é explicito que as 2 (duas) testemunhas, começarão seu ministério, na grande desolação (tribulação). Fica claro ao lermos o verso 2, onde após a ordem para medir o templo, é afirmado que o mesmo será pisado pelos gentios por 42 meses, mesmo período que corresponde ao agir da besta em Ap 13:5, que correspondem a 70° semana de Dn 9:27, onde será iniciada a grande assolação no meio desta semana, correspondendo a 3 anos e meios (42 meses ou 1.260 dias), que também será o tempo do ministério das 2 (duas) testemunhas. Mas a profecia de Daniel, não é o foco aqui, mas sim, as 2 (duas) testemunhas, ainda que está claro ao se tratar do mesmo período profético, dado ao alinhamento dos versos citados, como também foi afirmado pelo próprio Jesus este período de Grande Tribulação em Mt 24, citando até mesmo o livro do profeta Daniel.
Voltando as testemunhas, fica claro que elas são as mesmas citadas em Zacarias 4. Vamos ao texto:
Zacarias 4:1-3,11-14
Ora o anjo que falava comigo voltou, e me despertou, como a um homem que é despertado do seu sono; e me perguntou:
Que vês?
Respondi:
Olho, e eis um castiçal todo de ouro, e um vaso de azeite em cima, com sete lâmpadas, e há sete canudos que se unem às lâmpadas que estão em cima dele; e junto a ele há duas oliveiras, uma à direita do vaso de azeite, e outra à sua esquerda.
Falei mais, e lhe perguntei:
Que são estas duas oliveiras à direita e à esquerda do castiçal?
Segunda vez falei-lhe, perguntando:
Que são aqueles dois ramos de oliveira, que estão junto aos dois tubos de ouro, e que vertem de si azeite dourado?
Ele me respondeu, dizendo:
Não sabes o que é isso?
E eu disse:
Não, meu senhor.
Então ele disse:
Estes são os dois ungidos, que assistem junto ao Senhor de toda a terra.
Observe a semelhança ao verso 4 do capitulo 11 de Apocalipse.
Duas oliveiras, uma a direita e outra a esquerda do castiçal de ouro. Isso nos remete à algo? Ainda não? Como e quando estão diante do Senhor da terra? Talvez Mateus 17 nos dê uma luz quanto a isso, mas isto é muito vago. Então vamos nos ater à suas características.
E, se alguém lhes quiser fazer mal, das suas bocas sairá fogo e devorará os seus inimigos. (11:5)
Comparemos com os seguintes textos:
Números 16:31-35
E aconteceu que, acabando ele de falar todas estas palavras, a terra que estava debaixo deles se fendeu; e todo o Israel, que estava ao seu redor, fugiu ao clamor deles, dizendo: não suceda que a terra nos trague também a nós.
Então saiu fogo do Senhor, e consumiu os duzentos e cinqüenta homens que ofereciam o incenso.
2 Reis 1:10
Mas Elias respondeu ao chefe de cinqüenta, dizendo-lhe:
Se eu, pois, sou homem de Deus, desça fogo do céu, e te consuma a ti e aos teus cinqüenta. Então desceu fogo do céu, e consumiu a ele e aos seus cinqüenta.
“Mas tudo ainda esta muito vago!”
Continuemos a analise de suas características.
Elas têm poder para fechar o céu, para que não chova durante os dias da sua profecia. (11:6)
É possível encontrar outra semelhança também nos textos seguintes:
1 Reis 17:1
Então Elias, o tisbita, que habitava em Gileade, disse a Acabe: Vive o Senhor, Deus de Israel, em cuja presença estou, que nestes anos não haverá orvalho nem chuva, senão segundo a minha palavra.
Tiago 5:17
Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós, e orou com fervor para que não chovesse, e por três anos e seis meses não choveu sobre a terra.
Na parte “a” do verso 6 do capitulo 11 de Apocalipse, temos a característica de 1 (uma) das testemunhas, e na parte “b” e “c”, temos a característica da outra testemunha. Vamos a elas:
(11a) Elas têm poder para fechar o céu, para que não chova durante os dias da sua profecia; (11b) e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, (11c) e para ferir a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem.
Êxodo: 7. 14-17
Então disse o Senhor a Moisés: Obstinou-se o coração de Faraó; ele recusa deixar ir o povo.
Vai ter com Faraó pela manhã; eis que ele sairá às águas; pôr-te-ás à beira do rio para o encontrar, e tomarás na mão a vara que se tornou em serpente.
E lhe dirás:
O Senhor, o Deus dos hebreus, enviou-me a ti para dizer-te: Deixa ir o meu povo, para que me sirva no deserto; porém eis que até agora não o tens ouvido.
Assim diz o Senhor:
Nisto saberás que eu sou o Senhor: Eis que eu, com esta vara que tenho na mão, ferirei as águas que estão no rio, e elas se tornarão em sangue.
Para quem não se recorda, esta foi a primeira de algumas pragas no Egito, a conversão da água em sangue.
Sem contestação, apenas com o texto bíblico, não há como negar que as 2 (duas) testemunhas são claramente Moisés e Elias. A infalibilidade das Escrituras é incrível, Glórias ao Senhor dos Senhores!
Há as mais diversas interpretações e identidades disseminadas a respeito das 2 (duas) testemunhas, Enoque e Elias, Tanakh e Talmud, Bíblia e Apócrifos (acreditem, há quem afirme isso), mas ao confrontar com as Escrituras, e ela somente, fica claro o propósito de Deus em sua palavra. Ainda assim, há aqueles que contestam a presença de Elias ali, uma vez que sua “presença” se deu com João Batista, mas vamos as palavras do próprio Jesus a respeito.
Marcos 9:12
E, respondendo ele, disse-lhes:
Em verdade Elias virá primeiro, e todas as coisas restaurará; e, como está escrito do Filho do homem, que ele deva padecer muito e ser aviltado.
Observe o tempo do verbo, e se há dúvidas acerca da presença de Moisés, um texto para se lembrar está na epístola de Judas no verso 9, onde é mais fácil entender o motivo da disputa a respeito do corpo de Moisés entre Miguel e Satanás, e o motivo pelo qual não é revelado o local de seu sepultamento.
É grande o agir de Deus, e a ele toda gloria por sabermos que, em momentos tão dolorosos, 2 (dois) ungidos, 2 (duas) testemunhas, 2 (dois) profetas serão usados para ministrar sua palavra em toda a Terra.
Espero que o Senhor tenha falado com todos vocês, como falou comigo, mostrando a infalibilidade das Escrituras, e que possa em sua misericórdia, se revelar à nós conforme sua vontade.
Graça e paz a todos! Amém!
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Alex Oliveira, São José dos Campos-SP